terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Discurso

Todo dizer tem por objetivo, em maior ou menor grau, influenciar o destinatário, conquistar sua adesão a um determinado ponto de vista: todo dizer visa persuadir, ou convencer, ou simplesmente pedir a concessão do destinatário para o posicionamento que estamos defendendo no momento.  (Orientações Pedagógicas)

No tocante à interação, o discurso autoritário caracteriza-se pela assimetria (o locutor mostra-se hierarquicamente superior ao alocutário) e por uma quase nula reversibilidade (troca de papéis entre locutor e alocutário): o locutor não considera a possibilidade de o alocutário ter algo a dizer, ter uma opinião diferente da sua, sequer ter uma opinião. Tende, pois, a ser o agente exclusivo de um discurso que assujeita o interlocutor com argumentos apresentados como verdadeiros e, por isso, incontestáveis, o que significa que devem ser aceitos. Daí o recurso constante, no discurso autoritário, às modalizações de certeza, necessidade, obrigatoriedade (é certo, é preciso, é imprescindível, é proibido, não há dúvida, etc.) e à generalização do saber do locutor (todos sabem, é dever de todos, ninguém duvida, etc.). Colocando-se com autoridade, como uma verdade, uma imposição ou uma ordem, o discurso autoritário não se abre à multiplicidade dos sentidos, admitindo uma única interpretação do tema discursivo, ainda que reapresentada sob diferentes formas (paráfrase). Os domínios religioso e publicitário tendem a apresentar discursos desse tipo. (Orientações Pedagógicas)


Um enunciado ou um texto nunca é somente uma informação: nele estão envolvidos processos de subjetivação, de argumentação, de construção do real. Em outras palavras, todo uso que se faz da linguagem é ideológico; logo, as informações que recebemos — inclusive as do domínio jornalístico — não são uma simples reprodução do real. (Orientações Pedagógicas)

A ideologia opera por meio da linguagem: ela se manifesta na forma como a linguagem é manipulada para que as versões, contando apenas aquilo que “importa” ou “interessa” dos fatos, não deixem jamais de ser caracterizadas e entendidas como o próprio fato. (Orientações Pedagógicas)



A ideologia invariavelmente deixa marcas no discurso. As escolhas lexicais e morfossintáticas presentes em um texto não são, portanto, nem ingênuas nem aleatórias: revelam, antes, a visão de mundo e os interesses de um sujeito discursivo que, pela palavra, tem poder no jogo interlocutivo. Vale frisar que o poder não é necessariamente um espaço que se ocupa, mas principalmente uma relação que se cria. E o poder encontra, na palavra, mecanismos para se manter sem o uso da força. Compreender a palavra-poder é entender a construção das relações em que estamos envolvidos e os mecanismos que nos tornam submissos ao poder que se estabelece nos espaços dessas relações. (Orientações Pedagógicas)

Todo dizer tem por objetivo, em maior ou menor grau, influenciar o destinatário, conquistar sua adesão a um determinado ponto de vista: todo dizer visa persuadir, ou convencer, ou simplesmente pedir a concessão do destinatário para o posicionamento que estamos defendendo no momento. (Orientações Pedagógicas)


 Nosso conceito de natureza e de sociedade, de realidade e de verdade, nossas teorias científi cas e valores, enfi m, a memória coletiva de nossa humanidade está depositada nos discursos que circulam na sociedade e nos textos que os materializam. Textos feitos de gestos, de formas, de cores, de sons e, sobretudo, de palavras de uma língua ou idioma particular. (Orientações Pedagógicas)

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